sábado, 24 de julho de 2010

...hoy me ven volver...



VOLVER

Resolvi tirar esse blog do “esquecimento” e falar sobre um filme (um dos meus favoritos) que parece ser comum, mas acaba lhe surpreendendo a cada cena no desenrolar da história. Volver (significa “Voltar”), o título de começo, já é sugestivo e de forma geral, em uma única palavra diz o que o filme quer mostrar. Um filme de Pedro Almodóvar, consagrado por Mulheres à beira de um Ataque de Nervos, Tudo Sobre Minha Mãe, com um elenco que não deixa a desejar, Penelope Cruz, Carmem Maura, são as musas deste diretor. Assim que é Volver, é o encontro de três gerações de mulheres da mesma família. Volver é o sublime retrato de mulheres corajosas, completamente loucas e adoráveis. 



Volver é a beleza onde quer que seja: desde a fragmentação amorosa ou o cheiro de um peido. O incesto é o principal segmento da trama desse filme e é representando pelo uso abusivo da cor vermelha (uma das característica marcantes de Pedro Almodóvar), que por muitas vezes aparece no filme: o carro que as mulheres viajam para a vila, o sangue de Paco, o frigorífico onde o cadáver de Paco é escondido, a roupa, o ônibus que trás Raimunda, a roupa de Paula mostra a ideia como de que o incesto fosse passado de mãe para filha, pela forte presença do vermelho. Neste universo exclusivamente feminino, cujos homens são violentamente rejeitados, Almodóvar continua o questionamento da paternidade e da morte, que reflete em seus filmes, onde curiosamente são removidos os princípios masculino e da sexualidade. Se a história é completamente absurda, a sequência dos fatos e circunstâncias, é impecável, o jogo na qual o diretor mantém a ambiguidade entre a fantasia e a realidade, onde nos força imaginar e questionar se os fantasmas da vida existem, ou seja, se o passado pode voltar e interferir no presente.


 

 A trilha sonora do filme, tipicamente hispânica, dar o toque final da obra, a música "Volver” de Estrella Morente resume a história da personagem. Os exageros são traços marcantes nesse filme, a força dos sentimentos, os closes no rosto das mulheres, com sorrisos, lágrimas, tristezas, espantos são o resultado dessa história, e enfrentada com destreza. O filme nunca dá a impressão de ser irônico em relação a esses sentimentos fortes. Ainda assim, é engraçado, com um humor sútil, tipo, sendo uma mistura de sentimentos fortes e uma leviandade infantil (como o retorno da mãe, traído pelo cheiro de peidos). Apresenta um bom humor negro, misturado com temas sérios, de assassinato e incesto. Um filme maravilhoso na qual se confronta com os reflexos do dia-a-dia que beneficiam a ironia e cinismo.


9 comentários:

  1. Não, mas se você achou o nome do blog sugestivo, sinta-se a vontade (:

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  2. interessante, ta tua cara esse tipo de coisa, kk

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  3. Mto interessante. Querendo assistir. Ai sim posso afirmar se é lixo ou não. NA verdade essa é asquência de alguém justo neh!!!
    Ótimo texto. Flw

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  4. aaah ja assisti esse filme, é de emocionar cada cena, parece ser bobo no começo, mas depois é muito emocionante, adorei seu texto, fala muito bem o que transmite o filme

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  5. Nunca vi o filme... mas pelo que eu li parece ser legal. :) Vou colocá-lo na lista de filmes pra assistir. :*

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