sábado, 3 de julho de 2010

Eu só sei ser triste assim.



Todas as manhãs eu acordo e não sei onde estou, não sei o que fazer, não sei para onde ir. E lentamente eu vou despertando ao encarar o meu rosto vazio no espelho do banheiro, todos os dias são quase iguais, são tantas as vozes que eu escuto e as confusões ao meu redor que o preferível é continuar estático, o preferível é nunca ter existido. É tão difícil se livrar disso. Certos sentimentos de angústia e de falta do que nunca se teve antes, essa falta que você me faz... Enquanto uma parte de mim é todo mundo, outra parte é ninguém, mundo sem fundo. É um olhar vazio, um lábio amargo e um coração que não se mostra. E há sempre as pequenas vontades, esse banho de chuva parece não vir nunca, esse sabor eu não consigo sentir e eu nunca sei como hei de concluir porque eu tenho tanto a mania de sentir... O problema é que não há problema algum.

No fim do dia é que eu percebo: meu rosto se perdeu no espelho daquela manhã.

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Obs: nada pessoal. Sério.

4 comentários:

  1. como assim, "nada pessoal"?

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  2. "As vezes me vejo flutuando em meados do espaço, perdido ao tempo e onde o plano nao existe, mas me acomodo e aceito; as vezes nao, as vezes sim..."

    E o espelho percebe mais tarde que perdeu seu rosto...

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